sábado, 23 de outubro de 2010

HISTÓRICO DA RESISTÊNCIA BACTERIANA

Para entendermos melhor o que seria o evento da resistência bacteriana, necessitamos compreender como surgiu esse mecanismo.

Em 1929 Alexander Fleming descobriu uma substância capaz de inibir o crescimento bacteriano. Fleming saiu para viajar e esquecer algumas placas com crescimento bacteriano em cima da bancada. Depois de certo tempo (mais de 1 mês) quando lembrou do acontecido ele voltou as pressas ao seu laboratório e verificou que uma suas cepas, Staphylococcus aureus haviam sido contaminadas pelo crescimento de um fungo. Também foi observado que próximo das colônias dos fungos não havia crescimento bacteriano, ou seja, houve uma inibição deste crescimento. Ele observou que essa substância era secretada por uma colônia de fungos do gênero Penicilium .

Alexander Fleming: 1881 - 1955

A essa substância ele denominou de penicilina que na década de 40 foi purificada e colocada em uso. Nesse mesmo período houve a eclosão da Segunda Guerra Mundial e a utilização deste antibiótico foi feita em grande escala nos ferimentos de guerra dos soldados. A partir daí o antibiótico descoberto por Fleming se tornou um espécie de cura milagrosa de várias doenças, já que boa parte da população até então morria de doenças bacterianas. Porém não eram apenas no combate as infecções que a penicilina era utilizada, chegou a ser usada para o tratamento de dor de dente, dores de cabeça e até febre. Na década de 60 devido a grande utilização indevida do antibiótico, cinquenta por cento (50%) das cepas de Staphylococcus aureus já apresentavam resistência a penicilina. Então neste momento foram detectados os primeiros casos de resistência bacteriana. Foi verificado que as cepas de S. aureus produziam uma enzima que inativava o antibiótico, a essa enzima foi dado o nome de penicilinase.

Placa de Staphylococcus aureus em Ágar Muller Hinton


Essa descoberta estimulou os pesquisadores a desenvolver novas drogas a fim de debelar as infecções bacterianas. Com isso surgiram várias classes de antibióticos derivados das penicilinas: penicilinas semissintéticas, penicilinas com espectro ampliado, aminopenicilinas, carboxipenicilinas e ureidopenicilinas. Essas novas classes de antibióticos se destacavam pela capacidade de não serem hidrolisadas pelas penicilinas. Mas com a prática abusiva da automedicação e com a disseminação de genes de resistência, vários micro-organismos adquiriram também resistência às novas classes de penicilina.



Bem gente, essa é a história de como foi identificada pela primeira vez casos de resistência bacteriana. Definitivamente não é um assunto novo, já que desde da década 60 casos de resistência vêm sendo descrito. O agravamento da situação hoje, é que o nível de resistência vêm aumentando, ou seja está havendo o aparecimento de bactérias multirresistência.


Por: Willames "Burkholderia"

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